A Escola Tasso da Silveira, em Realengo, local do massacre de 11 alunos na manhã desta quinta-feira, estava em uma semana de comemoração. A unidade, que tem preparação para atender alunos com deficiência auditiva e visual, completa 40 anos. Foi programada uma semana de palestras, entrevistas com ex-alunos. E esse foi um detalhe do qual se aproveitou o assassino para entrar nas dependências do prédio.
Como informou a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, Wellington Menezes de Oliveira, o assassino de 24 anos, não tinha antecedentes criminais. Ele chegou à escola dizendo que daria uma “palestra para os alunos”. Wellington carregava uma bolsa e estava vestido com botas e calça pretas. Usava uma camisa verde. Dentro da bolsa estavam duas pistolas, munições e um cinturão para transportar as balas que usaria para matar 11 crianças e ferir outras 28.
O vereador Tio Carlos, presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal do Rio, obteve a informação de que Wellington esteve na escola há 15 dias. Ele teria pedido um histórico escolar.
Ao chegar à escola na manhã desta quinta-feira, Wellington procurou pela professora Dorotéia. A antiga mestre reconheceu Wellington e pediu a ele alguns instantes, antes de atendê-lo.
Foi nesse momento que o criminoso entrou na sala 5, no segundo andar da escola – onde estavam alunos da 8ª série. Wellington, então, começou a abrir a bolsa e avisou: “Vim dar uma palestra para vocês”. Em seguida, começou a atirar.
O assassino poderia alvejar uma professora que estava na sala. Mas preferiu apontar só para as crianças. Instalou-se o pânico na escola, com professores tentando proteger alunos e crianças correndo para a rua.
Depois de fazer as primeira vítimas na sala 5, Wellington se dirigiu à sala em frente, novamente abrindo fogo. A polícia acredita que, pela quantidade de tiros efetuados, ele teve tempo de recarregar as pistolas.
Quanto tentava chegar ao terceiro andar, onde ficam as crianças do Ensino Fundamental – mais jovens – ele foi atingido pelos disparos de um policial militar. O terceiro sargento Márcio Alves, de 38 anos, havia sido procurado a duas quadras dali por uma criança baleada. Ele então seguiu para a escola, onde trocou tiros com o assassino. Segundo a PM, depois de atingido, Wellington se matou com um tiro na cabeça.
Por: Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
Fonte: Veja