Hoje, 11 de fevereiro, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, data concebida em dezembro de 2015 por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), um dos seis principais órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU), e implementada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e ONU Mulheres com o objetivo de fortalecer o compromisso global com a igualdade de direitos entre homens e mulheres, principalmente do ponto de vista da educação.
No Colégio Nossa Senhora das Dores, celebramos este dia com a certeza de que promovemos um ambiente de igualdade e uma educação emancipadora. Por essa razão, em nossos projetos, as alunas se destacam e constroem um caminho próprio que é exemplo para outras garotas. Prova disso é a participação das meninas no Programa Aluno Tutor, um projeto oferecido pelo CNSD em parceria com a empresa Inicie Educação, que busca a transformação digital da comunidade educativa, partindo da formação de alunos(as) com idade a partir de 13 anos que atuarão como multiplicadores(as) do conhecimento entre colegas, colaboradores(as) e famílias. O projeto baseia-se no trabalho em equipe para a resolução de problemas contextuais identificados pelos próprios estudantes, durante três ciclos semestrais de formação on-line, promovendo o protagonismo juvenil e incentivando a criatividade e a cidadania por meio do uso consciente, responsável e crítico das tecnologias.
No Programa, além de três meninos, estão Stella Espíndula Oliveira do 9º ano do Ensino Fundamental Anos Finais; Ana Letícia de Freitas Mendes e Maria Bárbara Furtado Luiz da 1ª série do Ensino Médio; e Ana Clara Ribeiro Rodrigues da Cunha, Anna Carolina Lara Mauad, Isabela Mazetto Silva e Luana Amaral Vieira da 3ª série do Ensino Médio. Segundo a Coordenadora de Tecnologia Educacional Kátia Cristina, os projetos desenvolvidos são semestrais e em cada semestre elas desenvolvem algo diferente, mas os temas sempre giram em torno de segurança e cidadania digital, e uso das tecnologias para melhorar a aprendizagem. Para participar do projeto, os/as candidatos(as) devem produzir um vídeo e um texto falando sobre o interesse em Tecnologia, não podem ter baixo rendimento escolar, precisam ser participativos(as) e passam por entrevista.
Ana Letícia teve destaque por seu projeto no 1º ciclo do Aluno Tutor e, a partir dessa experiência, ela se candidatou e foi selecionada para o “1000 Garotas, 1000 Futuros”, da Academia de Ciências de Nova York. Ela conta que durante a 1ª etapa do programa haviam reuniões semanais com a equipe de trabalho, essa composta por outras brasileiras, americanas e indianas, o que a ajudou a desenvolver habilidades sociais, conhecer outras culturas, ampliar suas perspectivas e aperfeiçoar seu inglês. Embora tenham focos diferentes, todas as participantes são da área de STEM (sigla em inglês para ciências, tecnologia, engenharia e matemática). A mentora dela no projeto, Arbana, é da Macedônia e, segundo Ana Letícia, uma inspiração. Em 2019, ela esteve presente no time de Robótica do CNSD, que ficou em 1º lugar na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) – Etapa Regional. Em 2020, devido às muitas atividades, ela deu uma pausa na Robótica Educacional, mas pretende retornar neste ano.
Já na Robótica Educacional, a aluna Júlia Afonso Borges Silvestre, do 8º ano do Ensino Fundamental Anos Finais, também tem se destacado. Ela iniciou as aulas por incentivo da mãe, que já foi professora de Robótica, para ter um envolvimento maior com a escola e abranger mais áreas do conhecimento. Júlia gostou e, segundo Kátia Cristina, várias das ideias e projetos durante as aulas foram iniciativa da aluna. Entre esses, estão um projeto de irrigação automatizada para a horta da Escola e um termômetro automático que não precisa ser manipulado. Júlia fez parte do time que competiu e venceu na OBR em 2019, junto de Ana Letícia. Ela espera poder retornar aos campeonatos neste ano, desenvolver outros projetos e prosseguir fazendo algo bom a partir da pesquisa e da programação.
Embora a presença das meninas no Aluno Tutor do CNSD seja maior do que a dos meninos, a área de Ciência e Tecnologia em geral é um espaço predominantemente masculino. Segundo dados da UNESCO de 2018, dentro da população estudantil mundial de mulheres na educação superior, apenas 30% escolheram campos de estudo relacionados a STEM. Entretanto, Ana Letícia, Júlia e a Coordenadora Kátia Cristina têm a impressão que isso vem mudando e que as meninas têm conseguido mais espaço pelo esforço, tendo mais oportunidades e mais incentivo. Kátia Cristina defende que é papel do(a) educador(a) inspirar as meninas, mostrar que a área de Tecnologia, Computação e Programação é para todo mundo, não só meninos.
[A.P./C.K.C.]