Londres, Reino Unido. Além dos traumas psicológicos, as pessoas
que foram vítimas de bullying na infância têm que lidar com uma vida menos
luxuosa. Uma pesquisa realizada pela Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido,
revelou que vítimas desse tipo de agressão – física ou psicológica – ganham
salários menores que a média.
Segundo os cientistas, as pessoas afetadas por esse tipo de violência chegam
a ganhar 2,1% a menos do que profissionais que nunca vivenciaram esse tipo de
trauma.
Além disso, 3,3% delas têm menos probabilidade de serem contratadas e 4,1%
têm uma dificuldade maior em participar do mercado de trabalho (seja trabalhando
ou procurando emprego). “O estudo sugere que os adultos que sofreram bullying na
infância são propensos a desenvolver depressão, ansiedade, transtorno de
personalidade”, declarou Nick Drydakis, condutor da pesquisa.
Os mais afetados pela prática, em termos de carreira, são homens
heterossexuais, gays, lésbicas e imigrantes. Para homens heterossexuais e
imigrantes que sofreram bullying na infância, o salário chega a ser 4,1% e 6,1%
menor. Já para gays e lésbicas, o número pode ter 12,4% de diferença.
“A maior parte do que se fala economicamente sobre a determinação dos
salários se concentra nas variáveis tradicionais de capital humano, como
educação e habilidades. Entretanto, como os efeitos do bullying podem afetar o
futuro emprego dos indivíduos, isso deveria ser de maior interesse para os
economistas”, alertou.
O estudo que descobriu uma correlação negativa entre o bullying e o capital
humano aponta ainda que aqueles que experimentaram o assédio moral são 18,5%
menos propensos a ter um diploma de ensino superior ou avançado de TI, além de
competências linguísticas.
Saúde. O abuso físico ou psicológico na infância também têm
interferência na saúde da vítima quando chega à idade adulta, segundo estudo
produzido pela universidade Sam Houston, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores notaram que os que haviam sofrido bullying tinham uma visão
mais negativa sobre sua própria saúde mental e física e demonstravam um
percentual de problemas mentais maior do que os outros.
Fonte: O Tempo