SÃO PAULO – Os pilotos americanos do Jato Legacy, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que dia 29 setembro de 2006, bateram na ponta da asa de um Boeing da Gol, provocando a queda da aeronave e a morte das 154 pessoas que estavam a bordo, foram condenados pelo juiz federal substituto de Sinop, no Mato Grosso, Murilo Mendes, a quatro anos e quatro meses de detenção, além de terem suas licenças para voar suspensas pelo período da condenação.
O juiz converteu a pena em prestação de serviços comunitários no Estados Unidos, pelos mesmo quatro anos e quatro meses. Cabe recurso no Tribunal Regional Federal (TRF).
Na sentença, Murilo Mendes explica que os pilotos foram considerados culpados por não terem verificado o transponder – equipamento que informa a posição da aeronave para o controle de trafego aéreo e outros aviões – e o equipamento anticolisão do jato Legacy. “Ficaram quase uma hora sem verificar o painel (da aeronave), sem efetuar as checagens necessárias, sem exercer com diligência a função de monitoramento da aeronave. Durante uma hora foram passageiros!”, escreveu o juiz na sentença.
Em entrevista ao Estadão.com.br, o Juiz Murilo Mendes disse que a decisão sobre o julgamento dos controladores de voos envolvidos no acidente deve ser dada até este final de semana. Eles são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de atentado à segurança do tráfego aéreo, por agir com “negligência e omissão”. Se condenados, eles podem pegar de 2 a 5 anos de reclusão, mais multa.
O Boeing da Gol fazia o voo 1907, de Manaus com destino a Brasília. O jato Legacy ia de São José dos Campos em direção a Manaus, onde deveria pousar e seguir no dia seguinte para os Estados Unidos. A 37 mil pés próximo do município Peixoto de Azevedo a asa esquerda do Legacy colidiu com o Boeing provocando a queda do avião com 154 passageiros.
Fonte: Estadão.com.br (Com Fátima Lessa, da Agência Estado)