O primeiro e o segundo período não são só brincadeiras

17 de maio de 2021 - 11:35:26. Última atualização: 2 de dezembro de 2021 - 11:13:05

A importância dos últimos anos da Educação Infantil

A Educação Infantil no Brasil, segundo a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), é dividida entre “creche”, para crianças de 0 a 3 anos, e “pré-escola”, para crianças de 4 e 5 anos. Período imediatamente anterior ao Ensino Fundamental, desde 2016 a matrícula das crianças em idade compatível com a pré-escola é obrigatória, conforme Emenda Constitucional n.º 59, de 11 de novembro de 2009. Mas por que iniciar a vida escolar tão cedo? O que elas aprendem durante o 1º e o 2º período pré-escolar? Vamos falar um pouco sobre isso!

Segundo a BNCC, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil são: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. Tais direitos estão estruturados em cinco campos de experiência, que são: o eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços, sons, cores e formas; escuta, fala, pensamento e imaginação; e espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Tais aprendizados visam uma transição da criança para o Ensino Fundamental, isto é, que ela esteja familiarizada com o ambiente escolar e preparada para os conteúdos que virão.

Segundo o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), as crianças em idade de 2 a 7 anos estão no estágio pré-operacional, que é a etapa do desenvolvimento em que se desenvolve a fala e passa-se a nomear os objetos ao mesmo tempo que se cria uma representação mental deles. É também a fase em que o raciocínio começa a se desenvolver. Portanto, é o período ideal para ensinar a criança a se relacionar/cooperar com os outros, assim como a negociação, a conciliação e o autocontrole, além de prepará-las para a alfabetização, estimular a observação, a fala e a resolução de problemas. 

Claro, as brincadeiras e demais atividades lúdicas são essenciais em todo o processo, pois ensinam a criança a “aprender fazendo”, enquanto mostram que aprender pode ser prazeroso. Essa é a base da educação de perspectiva montessoriana, da médica e educadora italiana Maria Montessori (1870-1952). Para ela, a autonomia é vista como base de todo o processo de ensino, pois é preciso respeitar a individualidade e a liberdade da criança, que não é um ser incompleto e pretendente à vida adulta, mas, sim, um ser humano integral desde o nascimento. Para ela, o foco da sala de aula não é o professor, que deve estar ali para observar e acompanhar o aluno. A figura central é a criança, dando ênfase na autoeducação pela atividade e exploração.

A escola não é só um espaço de ensino prático e gradativo que prepara para a universidade e, consequentemente, para a vida adulta no mercado de trabalho. A pré-escola tem a importante função de antecipar o reconhecimento desse espaço escolar não como mera introdução, mas, sim, como importante etapa de ensino e educação a ser aproveitada da melhor forma e com os profissionais mais preparados, com participação ativa da família. É também uma importante etapa do desenvolvimento das crianças, que têm a oportunidade de entrar em contato consigo mesmas e com o outro de forma assistida e criativa.

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