O Brasil só tem seis universidades entre as 500 melhores do mundo, segundo o índice ARWU 2010 (Ranking Acadêmico de Universidades no Mundo). A USP, a mais bem colocada entre as brasileiras, não está nem entre as cem primeiras. Para subirmos no ranking, é preciso, em primeiro lugar, aumentar nosso número de prêmios acadêmicos. “O Brasil já merece um Nobel”, diz o francês Hervé Théry, professor do departamento de geografia da USP e autor de um estudo sobre os índices que medem a qualidade das universidades. “Isso faria o país subir muitas posições”.
O Nobel já poderia, por exemplo, ter vindo na área de química. Mas um dia vai chegar. É diferente de um país como Uganda, por exemplo, que nunca vai chegar a ganhar um prêmio desses por desempenho acadêmico”, aponta Théry, que fez palestra sobre o tema em evento organizado pela Unesp nesta terça-feira (24), em São Paulo.
Além do prêmio Nobel, o Arwu – chamado também de “índice Xangai”, por ter sido elaborado nessa cidade – considera o número de medalhas em áreas específicas, como a matemática, e a quantidade de publicações científicas de peso, como as revistas Nature e Science. “A língua é uma barreira. Como a maior parte das universidades consideradas melhores estão em países de língua inglesa, países como o Brasil saem perdendo”, afirma.
O Arwu leva em conta também a produção acadêmica “per capita”, isto é, os pontos recebidos por prêmios e citações divididos pelo número de pesquisadores contratados em tempo integral. Assim as universidades de grande porte não são beneficiadas.
Fonte: Uol Educação – por Thiago Minami