Aqui em Verona, todos nos conhecem. Somos os Capuleto. Todos conhecem, também, os Montecchio, nossos inimigos. Mas quem diria que o amor poderia ser tão traiçoeiro a ponto de eu, Julieta, a única filha de meu pai me apaixonar por Romeu, o único filho do maior inimigo de meu pai?
Na noite do baile eu estava muito feliz e ansiosa, afinal havia muito tempo desde que meu pai dera uma festa. Não demorou muito para nossa casa lotar. Pessoas de toda Verona, de todas as idades. Mas uma em especial me chamou atenção. Ele era magro, um pouco alto, com os cabelos castanhos e olhos claros. No momento em que o vi, eram borboletas em meu estômago, voando para todos os lados.
Depois da dança, ele veio me procurar. Fomos até uma sala onde não tinha ninguém. Ele tirou a máscara. Meu peito queimava. Ele reluzia. Bem que diziam que o amor é fogo que arde sem se ver. Ele dizia palavras lindas, sua voz era música para meus ouvidos. Minha pele queimava ao seu toque.
Após alguns segundos de intenso silêncio, ele se aproximou, bem lentamente, como se pedisse minha permissão. Meu coração quase pulou do meu peito. Ele me beijou. Milhões de sentimentos. Senti seus lábios quentes se encaixarem carinhosamente nos meus, que eram frios. Foi como se o tempo tivesse congelado. O mundo parou. Depois do beijo, um abraço que uniu nossos corações.
Quando descobri quem era que me fazia sentir daquela forma, me senti arruinada. Ele era meu inimigo. Como pode ser tão contrário a si mesmo o amor?
Texto produzido pela aluna Karoline S. Oliveira – 1ª Série “A” Ensino Médio