Marie Alexandrine Conduché nasceu em Compeyre, num meio rural, de uma família simples e num ambiente cristão de qualidade. Essa qualidade de vida humana e cristã Alexandrine vivenciará no seu meio familiar e na vida religiosa a que foi chamada por aí, como fundadora, mestra de noviças, priora geral e líder do primeiro núcleo de Irmãs que, sentindo a chama missionária, foi vivenciando a fraternidade e atraindo sempre mais vocações a Deus.
Madre Anastasie foi uma grande mulher, uma autêntica religiosa e uma grande filha de São Domingos.
A seu tempo, o campo que se oferecia ao trabalho apostólico das jovens se limitava às profissões de educadora e enfermeira. Foi assim que, aos 14 anos, ela entrou num projeto de escola e de fundação de uma congregação, projeto esse já amadurecido na mente e no coração de seu tio Pierre Gavalda.
Desde o início, Madre Anastasie levou a sério a educação das crianças e adolescentes, sobretudo a educação dos pobres que as Irmãs deviam acolher gratuitamente. Desde o início, levou a sério o serviço aos enfermos, sobretudo dos pobres, os quais deviam ser cuidados gratuitamente e com o mesmo zelo e exatidão que se dispensava aos ricos: “É preciso visitar os doentes, sobretudo os pobres. Essas visitas são santas”. (V-201, doc. 537).
Madre Anastasie preocupava-se vivamente com um ensino de qualidade. Sempre incentivada e buscava meios de aprimorar a cultura das Irmãs. Enfatizava a importância do estudo: “Não sacrifique a hora de estudo. É seu ofício canônico” (IV – 162, doc. 414, cf. IV – 117, doc. 398).
Ditava às professoras a atitude que deviam tomar frente às crianças e adolescentes que ela tanto amava e para as quais exigia o bem-estar; salas espaçosas, jardim e que não houvesse salas de aulas com mais de 25 alunos. Exigia que se esmerasse na educação religiosa. Para a Confirmação, as meninas deviam conhecer e explicar o catecismo, conhecer as epístolas e os evangelhos (V-133, doc. 509).
Madre Anastasie era uma mulher forte e de muita coragem. Enfrentava inspetores, prefeitos, sacerdotes, bispos, sempre que a defesa de suas escolas, o direito das comunidades e da congregação o exigissem.
Chamada por um sacerdote “a religiosa do bom senso”, Madre Anastasie de fato o foi. Era muito prática. Trabalha a lã, como a mulher forte da Bíblia, que riu no último dia. Suas cartas são portadoras de uma carga densa de recomendações. Vêm frequentemente à baila assuntos sobre meias de lã pra o frio, legumes, queijo, café, lenha para o fogo, aquecedor, providenciar um bom trivial, em lugar de remédios, receita de óleo de fígado de Morue e o vinho branco que devia regar a paz e o convívio fraterno. (V-117, doc. 503 e passim).
No dia 21 de abril de 1878, aos 45 anos, morre Alexandrina, Madre Anastasie, na Congregação, deixando às suas irmãs a missão de continuar a obra de evangelização por ela iniciada. (Giselda Bortoletto Ribeiro – Jubileu número 4).
Fonte: “Dominicanas: cem anos de missão no Brasil”
(Livro disponível na Biblioteca CNSD)