“Cabe aos seus eleitores e às famílias brasileiras julgarem se o deputado está certo ou errado.”
Muito bem. O infinitivo se segue a uma sequência de termos no plural (aos eleitores e às famílias brasileiras), mas nem por isso se flexiona. A vizinhança acaba influenciando a opção pela flexão, mas vejamos por que essa escolha não é acertada.
Sabemos que o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito, de modo que a forma flexionada “julgarem” estaria correta se tivesse um sujeito no plural, coisa que não ocorre. Na verdade, o infinitivo “julgar” é o sujeito do verbo “caber”. Algo cabe aos eleitores e às famílias brasileiras – esse “algo” é “julgar se o deputado está certo ou errado”. Em outras palavras, “julgar” cabe aos eleitores e às famílias.
Os eleitores e as famílias funcionam como objeto indireto do verbo “caber” – tanto é que esses termos estão antecedidos de preposição, coisa que jamais ocorre com o sujeito de uma oração.
A frase que temos é daquelas em que o infinitivo tem valor de substantivo: “julgar” equivale a “o julgamento”. É o mesmo tipo de estrutura de “Navegar é preciso”, “Beber bastante água faz bem à saúde”, “Praticar exercícios é um hábito saudável”. Nestas, não ocorre confusão porque elas não apresentam objeto no plural, mas a estrutura é basicamente a mesma. Assim: Julgar… cabe aos eleitores e às famílias.
Veja abaixo o fragmento corrigido:
Cabe aos seus eleitores e às famílias brasileiras julgar se o deputado está certo ou errado.
Fonte: Uol Educação – Por Thaís Nicoleti