Histórias em quadrinhos, HQs ou gibis são um alguns dos nomes deste gênero literário consumido por todas as idades, mas comumente associado à infância. Quando falamos no assunto, rapidamente nos lembramos de Turma da Mônica, Superman, Batman ou Homem-Aranha, mas sua origem remonta a muito antes dessas publicações existirem e suas abordagens são tão múltiplas quanto aquelas da literatura em prosa. Por muito tempo se encarou que as HQs eram “baixa literatura” e inimigas do ambiente escolar, mas isso vem mudando. A nona arte, como é conhecida, tem sido adotada por diversos educadores e instituições no processo de alfabetização e ensino.
Algumas das razões que tornam benéfico o uso das histórias em quadrinhos na escola, segundo o pesquisador Waldomiro Vergueiro no livro “Como usar as histórias em quadrinhos em sala de aula”, de 2004, são: os estudantes se interessam pela leitura; palavras e imagens ensinam mais eficientemente; há muitas informações nos quadrinhos; há familiaridade do aluno com essas histórias, o que enriquece o debate; ajudam no desenvolvimento do hábito da leitura e melhoram o vocabulário; estimulam a imaginação; e podem ser usados em qualquer nível escolar e com qualquer tema.
O uso em sala de aula fica a critério do professor, adaptado ao cronograma do curso, sem regras específicas de aplicação e sem necessidade de destaque em relação a outras alternativas didáticas. É importante também saber selecionar o material que será utilizado, considerando o objetivo, o domínio dessa linguagem e, é claro, a adequação do título escolhido à faixa etária com a qual se está trabalhando. É muito comum encontrar gibis em turmas de 1º ou 2º ano do Ensino Fundamental, já que a Lei de Diretrizes e Bases e os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizam o uso nas aulas de Língua Portuguesa, mas o aproveitamento não está restrito somente aos Anos Iniciais ou à alfabetização. É possível usar histórias em quadrinhos para ensino de temas culturais, psicológicos e sociais, história, geografia, biologia etc.
Os gibis são ótimas ferramentas para as crianças que já sabem ler e para aquelas que não sabem também, pois estimulam o pensamento, a criatividade, a linguagem oral e escrita. Não devem ser tratados apenas como lazer, mas como obras passíveis de interpretação, debate, reflexão e enriquecimento subjetivo. Por fim, as crianças que desde cedo são encorajadas a ler histórias em quadrinhos terão mais chances de ter a leitura como hobby.
