Arquivo pessoal
Sarah fez Hotelaria na Anhembi Morumbi e
na Suiça e formou-se com duplo diploma
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Quando se fala em intercâmbio acadêmico, no qual o aluno faz parte da graduação no exterior, as universidades europeias são as preferidas dos brasileiros. Entre os motivos estão valores das mensalidades, a facilidade de visitar outros países e a chance de conhecer locais de referência para a cultura ocidental.
No Mackenzie, por exemplo, a faculdade que mais envia alunos ao exterior é a de Arquitetura e Urbanismo. Dos 403 estudantes que fizeram graduação-sanduíche nos últimos 6 anos, 156 eram da FAU. “Eles vão muito para Itália, Espanha e Portugal, para conhecer os diferentes padrões arquitetônicos”, explica a coordenadora internacional da universidade, Claudia Forte. Segundo ela, durante o período de mobilidade acadêmica, os mackenzistas não pagam as mensalidades nem aqui nem na maioria das instituições europeias parceiras. E, quando voltam, validam os créditos como atividades complementares.
A USP manda por ano cerca de 2 mil alunos para fora. “É pouco”, admite o vice-reitor executivo de Relações Internacionais, Adnei Melges de Andrade. Para aumentar esse número, a USP vai erguer na Cidade Universitária um Centro de Difusão Internacional, onde serão oferecidos cursos de línguas aos alunos. A expectativa é que mais gente se interesse por fazer intercâmbio – e se capacite para isso.
A Anhembi Morumbi viu o número de intercambistas crescer em progressão geométrica desde 2005, quando passou a integrar a rede Laureate de universidades internacionais. Nesse período, já “exportou” cerca de 2 mil alunos para diversos países, dos quais 95% foram para a Universidade Europeia de Madri. Mesmo na Espanha, o estudante segue pagando a mensalidade da Anhembi. “Mais que uma tendência, a internacionalização do ensino superior é uma necessidade. Hoje o mundo não tem fronteiras e a universidade deve preparar o aluno para essa nova realidade”, diz Liliane Kafler, diretora do International Office da Anhembi.
A paulistana Sarah Levorato, de 26 anos, aproveitou bem as parcerias. Fez o 6.º período de Hotelaria na Universidade Europeia de Madri. Ficou seis meses na Suíça, na escola de administração hoteleira Glion, e partiu para um estágio prático em Florença, Itália. Voltou ao Brasil para o último período, quando apresentou o TCC. Formada em 2008 com duplo diploma, é gerente-assistente de atendimento em um dos hotéis Hyatt de Dubai.
“Se quiser se desenvolver e buscar uma carreira de sucesso, você vai ter de lidar com pessoas do mundo inteiro”, diz Sarah. “Então é importante dominar outras línguas e vivenciar outras culturas.”
Luiz Felipe Marin, de 20, já entrou na Escola de Administração da FGV em São Paulo (Eaesp) pensando em fazer parte da graduação fora do País. “Agrega mais valor do que um curso de idioma no exterior”, acredita o estudante. Na próxima semana ele vai pegar o visto para poder cursar o 7.º semestre na Universidade Bocconi, em Milão. Viaja em 24 de janeiro para um intercâmbio de seis meses. “Quero lidar com pessoas diferentes e me expor a situações em que poderei aprimorar a língua.” As matérias cursadas em Bocconi contarão como créditos eletivos na FGV.
Segundo o coordenador do mestrado profissional em Gestão Internacional da Eaesp, Tales Andreassi, a escola estimula a mobilidade acadêmica para que os estudantes desenvolvam o “senso de independência”. “Alunos muito jovens, com 21, 22 anos, crescem muito numa experiência como essa, morando longe da família e aprendendo a se virar num ambiente desconhecido.”
Fonte: Estadão.com.br