As fronteiras sociais são encarregadas de fazerem as limitações entre duas classes diferentes, atribuindo enormes contrastes sociais às cidades. Esses, no entanto, são descaracterizados pelo efeito da glamourização das favelas, em que atribui a tal população a alegria constante e o cenário propício ao alcance da simplicidade e da felicidade. Essas atribuições se dão pela falta de iniciativa do próprio Estado e da população em consertar os problemas existentes em tal ambiente, tornando-se cegos em meio à caracterização inventada.
A forte ilusão do cenário próspero em favelas é um dos problemas que impedem a melhora da mesma. A felicidade relatada por membros de fora é capaz de iludir a população brasileira, o governo e até a população estrangeira, que, segundo pesquisas do Ministério do Turismo, interessam-se em visitar favelas e interagir com seus integrantes. Essa glamourização é ainda reforçada pela mídia através de programas como “Esquenta” de Regina Casé que retrata a favela como um ambiente simples, mas com música, churrasco, danças e sorrisos.
No entanto, essa retratação agrava as fronteiras sociais existentes entre as classes, uma vez que a acobertação de problemas como o tráfico de drogas, falta de saneamento básico, desigualdade, violência e pobreza são ignorados diante de elogios de uma classe social superior, e, assim, aumenta gradativamente o índice desses problemas.
Tal ignorância diante dos contrastes sociais ainda são capazes de afetar o país como um todo em índices de pesquisas como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e IFH (Índice de Felicidade Humana), e, mais importante, impede que as comunidades obtenham ascensão, tanto social, quanto em relação ao ambiente em que vivem.
Portanto, a glamourização das favelas é só mais uma das formas de ignorar os problemas sociais crescentes dentro de uma comunidade separada naturalmente por uma fronteira social, a qual alarma justamente esses problemas acobertados por uma população e por um governo que preferem cegar-se diante de uma dificuldade a enfrentá-la.
Texto escrito pela aluna Marina Basso Stival Soares – 3ª série “a”.
Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli
Texto muito bem escrito e que discute com consciência a real situação das favelas no país. Parabéns, Marina.