Uma pesquisa britânica realizada em 25 países revelou que homens e mulheres
dispõem hoje de apenas 36 minutos por dia – ou 15 dias por ano – para passar o
chamado ‘tempo de qualidade’ com a família. Datas comemorativas, como o Natal,
foram apontadas como as principais ocasiões em que esse tempo pode ser
desfrutado. O resultado é que 75% dos pais sentem que seus filhos estão
crescendo rápido demais e um terço deles afirma ter perdido momentos-chave do
desenvolvimento das crianças.
Cerca de 50% dos 2 mil entrevistados afirmaram ainda que não conseguiam
equilibrar bem a dose de tempo gasto com os entes queridos, principalmente pela
necessidade de ficar longas horas no trabalho e ter uma rotina doméstica
frenética.
A situação fica um pouco mais dramática quando esses dados
são aliados aos de uma pesquisa realizada no Brasil: o salário não é o principal
fator de satisfação dos profissionais. De acordo com o levantamento realizado
entre os usuários da comunidade de carreiras Love Mondays (Ame as
segundas-feiras, em tradução livre), o item que mais pesa é justamente
“conciliar vida profissional com a pessoal”.
Este fator alcançou índice
de 4.48 em uma escala de 1 a 5. Logo em seguida vem ‘cultura da empresa’, com
3.91. Em terceiro e quarto lugares aparecem ‘remuneração e benefícios’ (3,84) e
‘oportunidades de carreira’ (3.68). Segundo Luciana Caletti, CEO da Love
Mondays, as respostas repetiram constantemente a importância dos treinamentos,
oportunidades, valorização e respeito no ambiente corporativo; mas nada superou
a busca por um equilíbrio entre casa e trabalho, sobretudo entre profissionais
de alta qualificação.
Telefone, TV e videogame
a televisão e o videogame a atenção das crianças, 73% dos entrevistados entre 7
e 12 anos disseram que preferem brincar com os pais do que ver TV. O descompasso
é nítido, segundo os pesquisadores
O estudo britânico aponta um
outro agravante para essa dificuldade de equilíbrio – mesmo quando estão em
casa, os pais se ausentam. É comum que o tempo doméstico seja ocupado também com
um ‘mergulho’ em aparelhos eletrônicos e redes sociais. Isso gera um
descompasso. “Ao mesmo tempo em que oito em cada dez pais admitiram que precisam
disputar com a televisão e o videogame a atenção das crianças, 73% dos
entrevistados entre 7 e 12 anos disseram que preferem brincar com os pais do que
ver TV e 38% afirmam que gostariam que os pais passassem mais tempo brincando
com eles”, afirma Gemma Arranz, porta-voz da rede de lojas de departamento sueca
Ikea, que financiou o levantamento global.
Por outro lado, apenas 9% dos
pequenos concordaram com a afirmação de que sempre precisam de brinquedos para
brincar. Já entre os pais, 47% deles afirmaram que sentem obrigação de ser
superprotetores e estão extremamente preocupados em manter as crianças seguras
100% do tempo.
O desequilíbrio é revelado também por uma confissão: 70%
dos entrevistados admitiram que regularmente a família se reúne apenas para
assistir televisão em silêncio, porque estão cansados demais para conversar.
De acordo com os autores da pesquisa, os problemas afetam todos os
modelos de família- tradicionais ou não – porque todas estão inseridas em um
contexto de aumento de uso da tecnologia, menos tempo em casa e espaços mais
apertados. Mas há esperança. E Liz Fraser, autora best-seller de livros
bem-humorados sobre as felicidades e agruras da maternidade/paternidade, diz que
é preciso pouco para começar a mudar.
Primeiro, é preciso parar e
refletir. “Muita gente não para para pensar. É preciso dispensar as distrações e
reuniões pelo telefone. Pode ser um velho clichê, mas é verdade: o tempo passa
muito rápido e basta piscar para perder os melhores acontecimentos da vida em
família. Encontre maneiras de apreciá-los enquanto eles acontecem”, aconselha
Fraser.
Liz Fraser dá cinco dicas importantes para minimizar o
problema. Clique aqui para descobrir quais são.
Fonte: Saúde Plena