Especialistas alertam sobre o perigo de passar horas de frente para as telas do computador, smartphone e tablet

11 de dezembro de 2013 - 10:05:00. Última atualização: 23 de julho de 2019 - 11:02:19

É assim na vida moderna. Milhões de pessoas no mundo passam o dia inteiro
trabalhando em frente ao computador. O smartphone é usado para trocar mensagens,
consultar e-mails e acessar a internet. Em casa, dedicamos um bom tempo à
televisão e o tablet ainda serve para ler um livro. Já parou para calcular
quantas horas você passa de frente para uma tela? O hábito aparentemente
inofensivo pode se tornar um inimigo da saúde ocular. Os olhos precisam
trabalhar em dobro, enquanto o número de piscadas diminui, levando ao que se
chama síndrome da visão de computador (CVS, sigla em inglês). Irritação,
ardência e vermelhidão nos olhos, além de sonolência, dor de cabeça, mal-estar e
cansaço, estão entre os sintomas do problema, comum em uma sociedade
tecnológica.

Ao permanecer horas seguidas em frente a uma tela, é comum
esquecer um ato involuntário fundamental para a saúde ocular. “Piscar é
necessário para renovar a lágrima, que tem duas funções básicas: proteção e
lubrificação. Ela contém substâncias antibacterianas que defendem os olhos de
agressão externa e age para umedecê-los, protegendo a córnea”, explica o
oftalmologista Elisabeto Ribeiro Gonçalves, vice-presidente da Sociedade
Brasileira de Oftalmologia em Minas Gerais e chefe do Departamento de Retina e
Vítreo do Instituto de Olhos de Belo Horizonte. O certo é piscar em torno de 16
vezes por minuto, mas, quando a atenção está focada na tela, o número pode ser
quatro vezes menor. Com a redução da quantidade de lágrima, o líquido evapora
mais rapidamente e os olhos começam a ficar ressecados, causando o desconforto
característico da CVS.

O assistente da Clínica de Olhos da Santa Casa de
Belo Horizonte e integrante da equipe do Instituto de Olhos Pampulha Wilton
Feitosa Araújo acrescenta que o uso intensivo do computador expõe os olhos aos
raios ultravioleta. Assim como a diminuição das piscadas, um dos principais
efeitos da radiação, mesmo que seja mínima, é uma baixa na produção e no fluxo
de lágrima. “Quando passamos algumas horas em frente a uma tela que emite
qualquer grau de radiação, surgem pequenas lesões na conjuntiva, membrana que
recobra o olho, e na córnea. Ao fim do dia, elas provocam sintomas como dor de
cabeça, olho vermelho e tontura”, esclarece o oftalmologista. Por sorte, a
conjuntiva e a córnea são estruturas que se recuperam com facilidade. Araújo
destaca que, só de passar a noite com os olhos fechados, o retorno da lágrima
facilita a multiplicação das células e a regeneração dos tecidos.

O
ar-condicionado colabora para o surgimento de sintomas comuns entre pacientes
com CVS. Geralmente, quem trabalha o dia inteiro diante de um computador está em
um ambiente climatizado pelo equipamento, que rouba o fluido corporal, inclusive
a lágrima, deixando os olhos ainda mais secos. Profissionais que usam lente de
contato tendem a ficar mais sensíveis diante do uso prolongado com uma tela,
pois a presença de um corpo estranho nos olhos exige uma maior lubrificação. De
acordo com o oftalmologista da Santa Casa, pacientes com doenças reumatológicas
como artrite reumatoide e diabéticos tendem a apresentar diminuição de lágrima,
por isso estão mais predispostos a sentir incômodo diante de uma tela. Devido ao
uso de medicamentos controlados, que deixam o olho seco, hipertensos e pessoas
em tratamento para depressão engrossam a lista.

Leia a matéria na íntegra.

Fonte: Saúde Plena

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