Desde a Revolução Industrial ocorrida no século XIX, é inegável a progressiva robotização dos meios de produção, que ao mais tardar chegaram à indústria cultural, diversificando-a. Entretanto, apesar da implementação tecnológica no entretenimento, pouco tem-se feito para garantir a acessibilidade democrática a essas produções, tendo em vista que muitas cidades interioranas permanecem excluídas do universo cinematográfico. Situação fomentada tanto pela desigualdade social brasileira quanto pela displicência estatal em promover programas que garantem o acesso igualitário a ambientes estimulantes ao conhecimento, contextos, esses, inadmissíveis em um estado de direito como o Brasil.
Segundo Confuncio, a educação e cultura sobrepõem todos os aspectos conjecturais da sociedade, inclusive econômicos, ao passo que as relações sociais devem instaurar um princípio uno de embasamento racional. Porém, com a crescente concentração de renda em nosso país, poucos detêm de condições financeiras suficientes para inserirem-se nos ambientes de produção artística, uma vez que, na grande maioria dos casos, esses locais encontram-se em regiões centralizadas e com adesão abastada, burocratizando, pois, a participação das classes periféricas.
Ademais, de acordo com os artigos previstos na Constituição Federal é dever governamental implementar mecanismos que assegurem tanto a produção de conteúdos nacionais ligados ao cinema como a plena introdução dos cidadãos nesses ambientes em que é reconhecida a complementaridade entre cultura e educação. Contudo, pela ausência de investimentos em programas socioculturais para todos os brasileiros, estamos contribuindo para a constituição de um quadro de alienação estrutural, pois não há estímulo adequado para o reconhecimento histórico e crítico nossa identidade nacional e muito menos internacional frene a arte.
Portanto, é possível compreender que o cinema, embora seja um meio de garantir cultura e senso crítico, ainda precisa ser democratizada para o contexto nacional. Faz-se necessário, em visto disso, que o Ministério da Cidadania em suas funções invista no aumento de salas de cinema em regiões defasadas, por meio de incentivos fiscais. Ademais, as escolas devem investir em dígitos (?) multimodais para aulas audiovisuais de modo a contextualizar os alunos nesse recurso. Somente assim será possível realizar a democratização do conhecimento em tempos modernos.
Autora: Ana Luiza Carrilho
3ª série