No filme “A invenção de Hugo Cabret”, é contado de maneira lúdica o surgimento do cinema e a consequente empolgação do público ao assistir as incríveis imagens em movimento. Situação análoga se dá quando, no Brasil atual, o universo cinematográfico ainda encanta os telespectadores, sendo uma fonte de entretenimento. No entanto, apesar da importância dessa atividade, há muitas regiões, como o Norte e o Nordeste do país, que não são inclusas na oferta cinematográfica, por serem, em sua maioria, pobres e negligenciadas. Por isso, nota-se a necessidade da democratização do acesso ao cinema no Brasil, uma vez que esse deveria estar incluso no lazer de toda população, mas conta com o descaso governamental.
Em primeiro lugar, destaca-se que, ao vir para a Colônia brasileira, a Família Real Portuguesa trouxe não só infraestrutura para a então capital, mas também teatros, reconhecendo a importância do entretenimento para a manutenção de um bem-estar social. Nesse mesmo raciocínio, Edgar Morin, o cinema tem o poder de transpor para a tela o universo pessoal e ainda pedir a participação do telespectador, o que faz com que o cidadão tenha uma experiência prazerosa ao sentir que faz parte desse universo. Dessa forma, depreende-se que, com a oferta dessa atividade à população, essa poderia ter uma vida mais leve e satisfatória.
Por outro lado, percebe-se que é papel do Poder Público oferecer meios de entretenimento aos cidadãos de acordo com o Contrato Social de Hobbes. Dessa maneira, observa-se que o Governo Federal brasileiro não possibilita o acesso às atividades de lazer a toda população, conferindo na quebra desse contrato, já que o cinema não alcança regiões carentes e interioranas do Norte e Nordeste, por exemplo, por falta de infraestrutura local e grande negligência governamental. Além disso, há a baixa valorização de empresas produtoras por parte do Estado, como a cobrança de altas taxas de impostos, por exemplo, o que torna mais difícil ainda a expansão cinematográfica.
Logo, medidas são necessárias para que o impasse seja amenizado. Assim sendo, o Governo Federal, órgão responsável por reger o país, deve por em pratica políticas públicas eficientes, investindo em infraestrutura nas áreas negligenciadas supracitadas, de modo a tornar possível a criação de salas de cinema nas regiões que ainda não as possuem. Isso deve ser feito para que haja a democratização do acesso ao cinema no Brasil.
Autora: Karoline Silva Oliveira
3ª série
Redação com 960 pontos no ENEM.