Certa vez……
Um homem voltou para casa… Reencontrou sua família….
Da janela de sua casa ele observou que outros não tiveram a mesma sorte, a casa estava vazia.
O silêncio pairava no ar, como nunca havia acontecido. Era tão intenso que passou a ouvir o compasso de sua respiração e percebeu que era hora de um mergulho para dentro, voltar na verdade para nossa casa interna, “fazer limpeza nos armários, retirar traças e teias” perceber os excessos e pesar os novos valores.
Também era hora de voltar e olhar para fora e perceber, no silêncio das ruas, o efeito dominó nas portas fechas.
É chegada a hora de virar todos as peças e voltar para o jogo.
Agora é a hora de perceber o todo e procurar a melhor estratégia para a grande retomada.
Agora é a hora de ver o que é realmente empreender na vida.
Agora é a hora de repensar velhos questionamentos da humanidade, Quem sou? De onde vim? Para onde vou?
E questionarmos… Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? …….
Quem somos?
Depois de vermos as peças caídas e voltar para dentro, percebemos que as peças têm ímãs e é necessário sermos UNO, pois juntos iremos reestruturar, reorganizar, ter novas metas e lembrarmos sempre do nosso propósito na vida, só que agora percebemos que não estamos sós.
De onde estamos vindo?
Das ruas vazias, do luto, mas também das sacadas cheias de música, de shows em lives conectando o mundo, de sofás com famílias assistindo a filmes, novos aprendizados utilizando a tecnologia com aulas virtuais.
Novos desafios, de um crescimento abrupto interno, estamos sendo forçados a crescer do dia para a noite, acelerando processos que tínhamos deixado estagnados, adormecidos, pois estávamos na zona de conforto, em uma rotina insana, na correria contra o relógio.
Vejam, agora paramos! Então, para onde vamos?
Estamos sendo lapidados para uma nova jornada, como uma grande escultura de mármore tirando os excessos para nos revelarmos ou como a modelagem em argila dando novas formas e acrescentando novos olhares.
Então vamos seguir, mas como e para onde? Aonde chegar?
É como se tivéssemos voltado para o casulo e aprendendo a voar de dentro, estamos sobre flores observando o jardim destruído. Como uma grande pintura de Monet, temos que aprender ver além dos borrões. Agora é chegada a hora da reconstrução.
Agora é a hora de escutar o silêncio das ruínas internas.
Agora é a hora de saber o propósito dos verbos:
compartilhar, só o que faz o outro crescer;
agir em prol do outro; reorganizar novas estratégias;
transformar o seu mundo e saber que é parte do todo e
tecermos juntos o grande manto da humanidade, pois estamos conectados num todo.
Que façamos desse momento a força para nos reinventarmos e preparar para, no momento certo, voar, sobre a grande aquarela da vida, ver com transparência, a essência do outro.
Vamos?
Wanice Facure – Professora do Ensino Médio CNSD