“A magia do Natal”

22 de dezembro de 2016 - 14:11:00. Última atualização: 23 de julho de 2019 - 11:03:06

Quando eu era pequena, todos os anos, quando chegava dezembro, lembro-me de olhar pela janela e desejar que flocos de neve caíssem, cobrindo a rua como se fosse um tapete branco encantado. Também ficava na esperança que Papai Noel atenderia a esse meu pedido.
Claro que todos aqueles filmes americanos de natal que eu assistia só ajudavam a aumentar esse desejo, então por muito tempo escrevi cartas e mais cartas pedindo neve ao bom velhinho.

Os anos se passaram e, sem me dar conta, a infância se foi e com ela aquela garotinha perseverante que todos os anos aguardava a neve.

Logo descobri a geografia e a diferença de clima entre os hemisférios e então pude compreender a impossibilidade do meu desejo. Por consequência, deixei de escrever as cartas e passei a desacreditar no destinatário delas.
Outra certeza infantil que se tornou descrença foi a de que os duendes arrumavam tudo em todas as casas, da árvore às guirlandas, então por isso passei a decorar a casa para o natal.

Aprendi também que os presentes não surgem de uma fábrica no Polo Norte e são distribuídos a todas as crianças do mundo de trenó, mas sim são comprados em lojas apenas por quem pode pagar por eles.
Quanto mais o tempo passava, mais me tornava incapaz de ver as cores e a magia que se espalhava pelo ar, as quais pareciam tão reais em minhas memórias infantis.

Parei de venerar o natal como antes, passando a vê-lo apenas como qualquer data comemorativa fugaz e passageira. Perdi o brilho dos pisca-piscas e o interesse por brinquedos, passei a odiar as uvas passas e as apresentações de natal da TV que se tornaram motivadores das séries da Netflix.

Não que eu tenha passado a odiar o Natal, longe disso! Pelo contrário, ainda é meu feriado favorito. Apenas deixei de enxergá-lo como uma data mágica e especial que realiza sonhos e desejos.

Hoje me pergunto, como poderia eu, crescida, depois de tantas decepções, acreditar em contos fantasiosos? Então, pasmem, porque confesso que escolhi acreditar. Escolhi venerar o natal como as crianças e acreditar nos duendes e no Papai Noel de um modo diferente. Decidi enxergar as cores e as luzes que parecem mágicas no céu. E, o mais importante, escolhi alimentar aquela garotinha esperançosa que sonhava com a neve.

E, assim todos os anos, quando chega dezembro, eu olho para a janela, fecho os olhos e desejo meus flocos de neve, mesmo tendo a certeza da impossibilidade do meu desejo, os meus olhos infantis são capazes de ver a minha neve. Essa é a magia do Natal.

Texto escrito pela aluna Giovanna Cipriano – 2ª série “A” 

Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli

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