11 minutos. Uma soneca. 11 minutos. Um tempo tirado para lanchar. 11 minutos. Um vídeo na internet. 11 minutos. Um estupro. No Brasil a cada 11 minutos uma mulher é violentada, somente no Rio de Janeiro são 12 por dia. Essa é uma realidade chocante, mas longe de ser alterada, isso porque vivemos em um país com uma generalizada cultura do estupro e que provém da própria cultura machista que diminui e objetifica a mulher e que absurdamente se fortalece a cada dia.
O termo ‘cultura do estupro’ se refere à normalização da violência contra a mulher e que encoraja homens a praticarem agressões sexuais contra as mesmas. Esse termo ganhou destaque após o caso recente da jovem de 16 anos estuprada por 30 homens em uma favela do Rio de Janeiro. Confesso que mais assustada do que fiquei ao saber da tamanha barbárie foi quando, acessando redes sociais, deparei-me com um verdadeiro bombardeio de comentários absurdamente machistas, culpando a vítima pela própria violência sofrida. Foi nesse momento que tive a comprovação de como o Brasil está afundado em uma deplorável e inaceitável cultura do estupro.
O estupro é um dos poucos crimes, se não o único, no qual a vítima é considerada culpada e sabe por quê? Porque a arrematadora maioria das vítimas são mulheres e as mulheres são constantemente diminuídas ao papel de meros objetos dos homens. Uma confirmação disso é o fato desse caso da jovem carioca não ter tido repercussão até que mulheres, principalmente, feministas demonstraram sua indignação e exigiram a punição do crime nas redes sociais, caso contrário ele entraria na gigantesca lista de estupros ignorados pela sociedade brasileira.
A cultura do estupro é ‘filha’ do machismo, dessa deplorável crença de que as mulheres são inferiores aos homens, de que são peças do jogo do prazer do sexo masculino. E mais deplorável ainda é saber que esta cultura é alimentada pelos próprios brasileiros que disseminam o ódio às mulheres e que as culpam por um crime hediondo cometido contra elas mesmas. Enquanto houver machismo, haverá estupro; enquanto existir comentários sexistas que diminuem as mulheres, haverá estupro; enquanto a sociedade brasileira fechar os olhos para a cultura do estupro, haverá estupro; enquanto você fingir que não existe machismo nem cultura do estupro, haverá estupro.
Então você pode agir para combater essa realidade ou pode ignorá-la e tornar-se um cúmplice de todos os agressores desse país, pois a escolha é somente sua.
Texto escrito pela aluna Eduarda de Castro Lacerda – 3ª série “A”.
Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli