Durante o Brasil Colônia, a metrópole portuguesa reprimia as manifestações populares dos escravos e índios, com o intuito de prevalecer os hábitos dos senhores de engenho. De maneira semelhante, no Brasil atual, apesar de conhecer a importância desses costumes para a construção e valorização da história brasileira, a sociedade enaltece a cultura erudita em detrimento da popular, seja pela dominação de uma classe elitista, seja pela comercialização cultural.
Diante dessa problemática, é indubitável que a desvalorização da nação ocorre devido ao fato de que a população rica impõe sua cultura aos demais. Segundo Pierre Bourdieu, há na sociedade, uma violência simbólica , ou seja, determinados grupos de poder impõe os padrões e os dominado aceitam essa imposição de maneira natural. Analogamente, esses grupos dominantes exercem sua influência na cultura brasileira, contribuindo para que esta seja pouco prestigiada em relação à erudita. No entanto, quando essas classes de poder desconsideram a sabedoria comum, elas impedem que a pátria receba o prestígio necessário de seus habitantes, já que eloes não se identificam na cultura vigente. Portanto, é preciso que o Estado estabeleça métodos de reconhecimento das práticas populares.
Ademais, a desconstrução da história brasileira é decorrente da transformação da cultura em produto do mercado. Conforme Adorno, a indústria cultural produz hábitos e ideologias que serão comercializados e absorvidos completamente pelos indivíduos. Seguindo esse pensamento, percebe-se que a cultura popular é relegada a segundo plano para privilegiar uma cultura produzida pelo capitalismo. Assim, o Brasil não possui um comportamento proveniente das classes baixas que o defina como país, o que compromete a formação de uma identidade nacional.
Sendo assim, é necessário que o Governo implante nas escolas medidas de valorização da cultura popular. Tal ação deve acontecer por meio de aulas de Sociologia e História que mostrem aos alunos a diversidade cultural do país e a sua importância para defini-lo como nação. Além disso, o Ministério da Justiça deve fiscalizar as empresas de produção cultural, analisando e proibindo os conteúdos que influenciam a cultura originalmente brasileira, julgando, por exemplo, a imposição de uma variedade linguística padronizada para todo o Brasil, para que a cultura popular permita a construção e valorização da história brasileira. Somente assim, a repressão cultural do Brasil Colônia ficará no passado.
Aluna: Geovana de Paula Pereira
Turma: 3ª série
Professor: Priscila Toneli