Falta de engenheiros ameaça crescimento, diz Conselho Federal de Engenharia

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3 de março de 2011 - 09:59:00. Última atualização: 24 de julho de 2019 - 11:51:27

Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, defende formação de tecnólogos.

Está faltando engenheiros no mercado de trabalho e faltará mais ainda. O alerta é de Marcos Túlio de Melo, presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), que reúne profissionais dessas áreas além de geólogos e meteorologistas. Para ele, “o apagão de mão de obra poderá trazer graves consequências para a economia brasileira”.

Em seu cálculo, o déficit é de 20 mil engenheiros por ano, número que poderá aumentar com a demanda dos projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do Programa Minha Casa, Minha Vida; além da exploração de petróleo na camada pré-sal; das Olimpíadas de 2016 e da Copa do Mundo de 2014.

Segundo Melo, a queixa recorrente da Fifa (Federação Internacional de Futebol) é de que os projetos para a Copa de 2014 estão atrasados. Em sua opinião, faltam engenheiros para empreender projetos básicos e executivos. Ele ressaltou que alguns estádios-sede para a Copa foram projetados no exterior.

A importação de projetos e a contratação de mão de obra de fora preocupam não só os engenheiros, mas também o governo.

Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, “isso pode ser viável desde que haja reciprocidade e tenha oportunidades de negócios para empresas brasileiras no exterior”. A afirmação foi feira durante o encontro organizado pelo Confea em Brasília.

Mercadante defende que a falta de engenheiros seja suprida por tecnólogos com formação mais curta do que o bacharelado em engenharia. A ideia não é apoiada pelos engenheiros e causou “burburinho”, nas palavras do ministro, entre os profissionais, ao ser defendida no encontro.

– O Brasil vai ter que acelerar a formação desse profissional que está fazendo falta no mercado.

Mercadante contabiliza a formação de 10 mil tecnólogos e 30 mil engenheiros anualmente no país.

Mas, para o presidente do Confea, a entrada de tecnólogos no mercado de trabalho em substituição a engenheiros, por falta de mão de obra, não é o ideal. Melo apresentou outra opção: aproveitar engenheiros formados que não atuam na área e oferecer mestrado profissionalizante para a atualização profissional. Em sua conta, um terço dos cerca de 475 mil engenheiros formados no Brasil não trabalha na área.

Além disso, Melo quer que haja políticas públicas para diminuir a evasão dos cursos de engenharia e mais controle do Ministério da Educação sobre a qualidade dos cursos.

Mercadante disse que o governo trabalha na elaboração de um programa nacional para engenharia. Segundo ele, o Brasil forma um engenheiro a cada 50 pessoas que concluem o curso superior. Na Coreia do Sul, esse número é de um engenheiro para quatro graduados; e, no México, a relação é de um engenheiro para 20 graduados.

Em números absolutos, o Brasil também perde para outros países emergentes. Na Coreia, 90 mil engenheiros são formados por ano; na Índia, 220 mil; e, na China, 650 mil (incluindo-se, neste caso, 250 mil que têm formação assemelhada ao dos tecnólogos).

Fonte: R7 Notícias

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