Com a crescente concorrência no mercado de trabalho, saber inglês já não surpreende quem está acostumado a selecionar candidatos. Falar outros idiomas e ainda ter uma experiência profissional no exterior ajuda muito a se sobressair entre uma pilha de currículos.
Alexandrine Brami, fundadora do Instituto de Estudos Franceses e Europeus de São Paulo (Ifesp), garante que o brasileiro está bem cotado em países que falam o idioma. “As empresas adoram estagiários daqui porque têm menos dificuldade com a língua do que, por exemplo, os orientais. E é um povo acostumado a estudar e trabalhar muito, então a carga horária não amedronta”, diz a francesa, que mora no Brasil desde 2002.
As corporações também são atraídas por esses profissionais porque estão ligados à alta tecnologia, são cheios de energia e, claro, são mais baratos. “Essa geração não tem medo de ir para o exterior. Ela quer fazer o que os pais não puderam”, afirma Alexandrine.
Um exemplo é Laura Waisbich, 24 anos, que já tem no currículo um mestrado na França e duas experiências de estágio fora do País. De julho a setembro de 2009, a bacharel em Relações Internacionais trabalhou em uma organização não-governamental (ONG) na Bélgica, que atende minorias étnicas e povos indígenas.
A ONG exigia que todo o serviço fosse realizado em inglês, mas era necessário saber francês para se virar no dia a dia. Isso ocorreu ao mesmo tempo em que Laura fez o mestrado na França, nas férias entre o primeiro e o segundo semestre de curso.
Depois do mestrado, Laura encontrou outra ONG, desta vez em Nova York, que precisava de alguém com seu perfil. A organização tem sede em Paris, e grande parte do trabalho era realizado em francês. A brasileira ficou trabalhou no escritório da ONG de agosto de 2010 a fevereiro de 2011.
Essas experiências internacionais não chegaram do nada até Laura. Quando ingressou na faculdade, a jovem já começou a estudar francês. “Com um bom nível da língua, eu poderia tentar duplo diploma em Relações Internacionais na PUC”, afirma.
De volta ao Brasil, a profissional está confiante em conseguir um bom emprego. “Tenho certeza de que essas viagens são um grande diferencial. Não só por falar inglês e francês, mas por ser totalmente fluente. Na Bélgica, tinha que falar inglês, e nos Estados Unidos, o francês. Então pratiquei muito”, completa.
Para quem quiser seguir o mesmo rumo, é importante lembrar que é válido fazer uma pesquisa sobre que lugares estão mais em busca de profissionais com a sua formação. Alexandrine adianta que a França precisa de pessoas com conhecimento na área de cosmética, moda e marketing digital, enquanto que formados em enfermagem, química, informática ou em cursos relacionados ao meio-ambiente podem se dar bem na região canadense do Quebec, no Canadá. O francês também pode ser encontrado em países da Ásia e do norte da África, áreas carentes de especialistas em construção civil, saúde e educação.
Para estagiar na França, Alexandrine explica que é obrigatório estar inscrito em alguma universidade. Então, a profissional aconselha a fazer uma pós-graduação, que em tese dura dois anos, mas que pode ser realizada em nove meses. “A faculdade brasileira é equivalente ao primeiro ano, então o aluno já entra direto no segundo”, conta. Depois de estar estudando há seis meses, é possível começar o estágio, que vai de três a nove meses. O pagamento mínimo por mês é de 500 euros.
Cartola – Agência de Conteúdo
Fonte: Terra Educação