No gabarito, a questão mencionada pelos professores do cursinho, de Biologia, tem como alternativa correta a letra D. O enunciado diz que um casal de pessoas polidáctilas (nascidas com seis dedos ou mais) e pigmentação normal de pele tem um filho também polidáctilo, mas albino.
O texto pede ao candidato que assinale a alternativa correta, considerando que ambos os caracteres são condicionados por genes autossômicos (que não variam entre homens e mulheres) e o gene para a polidactilia é dominante. A alternativa D afirma que os pais são heterozigotos (tem genes diferentes) para ambos os caracteres.
“O aluno não tem dados para deduzir isso”, afirma o professor do Anglo Renato Corrêa Filho. “A alternativa ‘correta’ exige que os candidato conheça o genótipo (conjunto de genes de cada indivíduo) dos pais e isso não ocorreu.”
Corrêa Filho considerou o resto da prova de Biologia satisfatório. “Em alguns casos ela exigiu um conhecimento mais profundo, de termos médicos.”
No geral, a principal crítica feita à prova diz respeito à pouca abrangência. No vestibular do Mackenzie, o candidato é avaliado em todas as disciplinas em um único dia.
“É um número pequeno de questões, 7 por disciplina, com exceção de português, que tem 11”, disse o coordenador do Anglo Alberto Francisco do Nascimento. “Em História, por exemplo, só havia duas perguntas sobre História do Brasil.” Ele também criticou a prova de Física, que teve “excesso de cálculos e temas pouco relevantes”.
O professor elogiou, porém, as ilustrações e os textos de referência no exame de Geografia e a redação. “Eles partiram de quatro textos para fazer o candidato analisar a questão do conhecimento, da sabedoria e do excesso de informação. É interessante porque hoje há muita facilidade de acesso à informação, mas as pessoas precisam saber discernir o que tem ou não qualidade.”