O poeta caminha
Tontinho… tontinho…
Cheiiiiiiiiiiiiiiiiinho de Cecília
E no ar a canção ecoa
Eu canto porque o instante existe
Ele até tenta estancar o verso
Mas a palavra é fruto
E pula e pula e pula
Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
E no vazio das paredes
Vinicius escorre e cola na fala
Mas as peras e maças, deixo-as
O poeta vira estátua
Com um rodopio mastiga o ar
E num redemoinho chega
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Poesia também cansa
Solta o ar
Engole o vazio das paredes
E vai dormir
Para descansar e
Amanhã recomeçar
Dorme como um anjo
Que acabou de perder as asas.