“A literatura terrorista”

7 de abril de 2016 - 11:11:00. Última atualização: 23 de julho de 2019 - 11:02:55

São inúmeros os livros que vivem em nossa cabeceira. Inúmeros, ainda, são as distopias que tomam conta da imaginação e da tão próxima realidade do leitor. A literatura terrorista mexe com nossas mentes e zomba de nossas atitudes, de modo muito bem premeditado e bem criado, com todas as hastes necessárias para ligarmos aquela realidade despótica com a nossa.

Temos inúmeros exemplos de literatura terrorista, como as trilogias: “Divergente”, “Jogos Vorazes”, “Delírio”, “Starters”, “Maze Runner”, entre vários outros. Esses são os livros que nos mostram o terror e as consequências de nossas atitudes, em variadas versões, com variados estilos, mas um fato é decorrente neles: tudo ocorre por causa de uma guerra ou por uma sucessão de guerras.

Há também as produções Hollywoodianas, como o filme “O Preço do Amanhã” ou a série “The 100”. Essas, também, não se provam como uma verdade absoluta, já que narram um futuro criados por autores, diante de seus notebooks, revoltados demais para com o mundo em que vivem para escrever algo além do que acreditam que todo esse alvoroço irá gerar. E não é um futuro bonito. São facções que designam pessoas para uma única forma de vida; são Jogos assassinos que usam crianças para doutrinar o medo; é a concepção de que o amor é uma doença e que esta precisa ser extinguida; é a ruína de um mundo pela ganacidade humana, pelas guerras e pelos terrorismos criados por nós mesmos, pela necessidade de comparar o dinheiro (o grande combustível da vida de cada ser humano) com algo tão vital quanto o tempo. Essa é a denominada “literatura terrorista”, porque nos aterroriza e nos mostra que foi o terrorismo que nos levou à tal fim.

Pode-se designar grande (ou gigantesca) parte da culpa ao capitalismo errante que move nossa sociedade atual. Ele que faz o dinheiro parecer razão suficiente para destruir vidas, conquistar povos e dominá-los, em busca, cada vez mais, por dinheiro. Como se um pedaço de papel ou inúmeros pedaços de papéis possam fazer da vida algo tão fácil de se destruir e consumir, quanto o fogo consome, queima e destrói o papel.

A literatura terrorista toma, todo dia, um pouco mais de espaço em nossas cabeceiras, porque ela não só entretém, como faz pensar e rever as ações da sociedade como um todo. Ela mostra, de uma forma literária e futurística, por meio de sérias previsões do futuro, como todas essas guerras e terrorismos que mancham o mundo de vermelho e de preto irão se concretizar em mais medo, mais sangue e mais domínio.

O autor de uma distopia se prende a acontecimentos presentes e suas consequências, como um jogo de “ação e reação”, no qual sua imaginação o guia para um fim. A verdade, no entanto, é que são as guerras e o sangue derramado (por nada) que geram curiosidade, o que nos motiva a encontrar uma alternativa para a situação, desprendendo-nos da cruel realidade, gerada por palavras mal interpretadas e desejo de domínio constante um sobre os outros. O mundo trata a guerra com mais guerra, como tratam doenças com mais doenças para encontrar uma vacina. Mas guerras não são doenças as quais podemos interceptar com vacinas ou curas. Não se combate fogo com mais fogo.

Mal sabe o pobre e inocente humano que quanto mais armas, mais tiros serão disparados.

Texto escrito pela aluna Luiza Aparecida Chaves Ranuzzi – 2ª série “B”.

Professora responsável: Profª Drª Priscila Marques Toneli

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