De acordo com o pensador chinês Confúcio, “se queres prever o futuro, estuda o passado”. Nesse contexto, é possível destacar que a história é parte intrínseca da identidade cultural de um povo ou de um país. Através dela, dá-se a compreensão das diferentes sociedades e formas de política antigas e atuais e, apesar de sua suma importância, tem sofrido descaso público. Dessa forma, afirma-se que a conservação do passado é essencial para o futuro nacional, porém não é devidamente valorizada em virtude da negligência governamental e da sociedade.
Em primeira análise, é evidente que o Estado deixa os tratos com a questão histórica a desejar. Nessa circunstância, o Artigo 23 da Constituição Federal institui o dever de proteger documentos de valor histórico e proporcionar acesso à cultura e à educação, o que não é cumprido. Não há por parte estatal um incentivo ao estudo histórico-cultural e nem o cuidado com a manutenção de órgãos que contribuem para com essa área, sendo as tragédias dos incêndios no Museu da Língua Portuguesa e no Museu Nacional exemplos claros da falta de amparo governamental. Logo, é evidente a necessidade de uma melhor gerência pública nessa área.
Em segunda análise, a própria sociedade também é culpada pelo desapreço em relação à história nacional. Muitas vezes não há interesse em compreender as raízes do país por vangloriar demasiadamente o estrangeiro. Nessa conjuntura, o sociólogo brasileiro Gilberto Freyre afirma que a busca pela identidade nacional é uma necessidade e que essa identidade pode ser perdida se não for utilizada. Assim, quando a cultura nacional é deixada em segundo plano, não há como depreender os caminhos atuais e futuros do panorama sociopolítico brasileiro.
Diante dos fatos supracitados, medidas são necessárias para a valorização do passado. Por meio da atuação do Ministério da Educação e da Cultura, o Governo deve incentivar visitas em museus e centros históricos, mantendo essas localidades frequentadas e bem conservadas, promovendo palestras que explorem o conhecimento histórico. Já a sociedade deve engajar no estudo do passado brasileiro, no intuito de não deixar a trajetória nacional ser esquecida para que, por meio dela, haja a interpretação do presente e a compreensão do futuro.
Júlia Alves de Souza Moreira
3ª série “A” – Ensino Médio
Texto redigido sob orientação da Professora Drª Priscila Toneli