Da infância à adolescência: o desenvolvimento humano e seus desafios

13 de abril de 2021 - 14:08:30. Última atualização: 13 de abril de 2021 - 14:08:33

O Ensino Fundamental é a maior fase escolar no Brasil, correspondendo a 9 anos letivos em que os alunos, geralmente, têm entre 6 e 14 anos de idade. Da infância à adolescência, o mundo interior, a psique e o corpo das crianças se transformam drasticamente, o que faz deste um momento de muitas descobertas e desafios que requerem todo o cuidado e atenção aos sujeitos em desenvolvimento. Entretanto, nem sempre foi assim considerado. Até o século XIII, não havia noção clara de “infância” estabelecida e a distinção de “adolescência” como um período de preparação para a vida adulta Isso aconteceu apenas em fins do século XIX. 

Para o Estatuto da Infância e Adolescência (ECA), a criança tem idade inferior a 12 anos e o adolescente entre 12 e 18, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a adolescência vai dos 10 aos 19 anos.

É importante lembrar que puberdade e adolescência não são sinônimas, embora estejam correlacionadas. A puberdade compreende a processos biológicos de transformação do corpo que iniciam por volta dos 10-12 anos para as meninas e dos 11-14 anos para os meninos, enquanto a adolescência é, sim, uma etapa de mudanças orgânicas, mas também psicossociais, isto é, um período em que o sujeito se prepara para estabelecer seus valores e sua própria identidade, passando por profundas perdas que são denominadas “lutos”. Esse processo provoca sentimentos de estranheza e inquietação, ao passo que contribui para a consolidação de seu desenvolvimento psíquico.

    A partir do final do século XIX, com o florescimento da Psicologia do Desenvolvimento enquanto campo científico que se dedica a estudar como os seres humanos mudam ao longo da vida, houve um salto na forma como se enxerga a infância e a adolescência. A lista de proeminentes estudiosos do desenvolvimento humano inclui Urie Bronfenbrenner, Erik Erikson, Sigmund Freud, Jean Piaget, Barbara Rogoff, Esther Thelen e Lev Vygotsky. Embora esses teóricos e outros diferem nas suas abordagens de como compreender o desenvolvimento, suas teorias se complementam quando são estudadas por psicólogos, pedagogos, professores, médicos etc.

A teoria piagetiana, por exemplo, chamada pelo próprio Piaget (1896-1980) de “epistemologia genética”, é uma das mais conhecidas. Para ele, há quatro importantes fases no desenvolvimento humano, sendo os estágios sensório-motor (0-2 anos), pré-operacional (2-7 anos), das operações concretas (7-11 anos) e das operações formais (11-14 anos). Do segundo até o quarto estágio, a criança aprende a nomear os objetos ao seu redor e cria representação mental deles, assim como capacidade cognitiva de resolução de alguns problemas e também aprende a interpretar. Já na adolescência, o raciocínio lógico se desenvolve de fato e o indivíduo começa a pensar por si só, ao mesmo tempo em que tem a capacidade de criar teorias e refletir sobre as possibilidades do mundo.

Como dito antes, há muitas outras abordagens e teorias sobre o desenvolvimento na infância e na adolescência, mas o senso comum é de que é necessário estabelecer vínculos saudáveis com indivíduos que estejam crescendo e se preparando para a juventude e para a vida adulta. É importante oferecer às nossas crianças e adolescentes diálogo e condições minimamente tranquilas para seu amadurecimento, apontando quais comportamentos são corretos e ensinando a tolerância e o respeito ao outro.

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