“Democratização do cinema”

Desde a Pré-história, o homem utiliza dos mecanismos da arte para se expressar e para representar a sociedade, como por exemplo os registros de pinturas rupestres estudados nos sítios arqueológicos. Já no mundo contemporâneo, o cinema é um dos meios artísticos mais efetivos e versáteis, pois une outras formas de arte, como a fotografia, a música e a dança, expandindo as possibilidades e potencializando sua função de atingir o público, comovendo, sensibilizando ou motivando. Com isso, deve-se debater a democratização do acesso ao cinema no Brasil, seja por sua capacidade de influenciar socialmente, seja por respeito às determinações legais do país.

Em primeira análise, cabe a citação do filósofo Schopenhauer, “o homem toma os limites de sua visão como os limites do mundo”, o que ilustra a realidade condicionada dos brasileiros, devido à desigualdade social e econômica existente. Porém, a mudança dessa condição poderia ser gradativamente trabalhada com a ajuda do cinema, sendo que, além de uma atividade de lazer, que diminui as chances de desenvolver doenças físicas e emocionais causadas pelo estresse, é também um meio de integração e contato com outras perspectivas do mundo, expandindo os horizontes culturais e sociais. A partir disso, percebe-se o potencial cinematográfico de gerar a representatividade das pessoas e de contribuir para o conhecimento de mundo dos indivíduos.

No entanto, mesmo com tantos benefícios para a sociedade, no Brasil, o cinema é elitizado e faz parte da segregação velada. Isso ocorre mesmo com a Constituição de 1988, conhecida como “A Constituição Cidadã”, na qual é garantida a educação e os direitos iguais a todos os brasileiros. Sendo assim, segundo o filósofo Kant, “o homem é aquilo que a educação faz dele”, o que reforça a importância da garantia dos direitos para a formação de cidadãos conscientes e, consequentemente, comprometidos com o bem-estar social. Nesse intuito, o cinema colaboraria como um veículo educativo audiovisual, retratando diversos contextos e abordando assuntos importantes para a construção intelectual e moral do indivíduo.

Nessa perspectiva, cabe ao Governo por meio dos Ministérios responsáveis pela educação e cultura proporcionar um acesso democrático aos cinemas brasileiros. Isso só será possível ao promover melhor infraestrutura das cidades para receber as salas de cinema e tornar os preços dos ingressos mais acessíveis aos menos favorecidos. Com isso, ao descentralizar os cinemas mais pessoas terão acesso, diminuindo a desigualdade e auxiliando na difusão do conhecimento. Assim, através da educação proposta por Kant, os limites do homem serão superados, legitimando a democracia brasileira.

Autora: Ana Elisa Elias Miranda
3ª série
Redação com 960 pontos no ENEM.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Companhia da Mídia